sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Apagão: Cadê o plano de continuidade?

Ontem passamos por uma situação que mostra o quanto os conceitos do ITIL se aplicam a qualquer contexto em que um serviço é prestado, seja ele de que natureza for. O apagão pelo qual boa parte do país passou é uma mostra clara que planos de continuidade definitivamente não são um luxo e que serviços críticos precisam passar constantemente por testes de continuidade.


Especialistas que foram consultados estranharam a ausência de uma contingência para a pane na transmissão. Como o sistema é interligado, em teoria seria possível que a energia que faltou fosse suprida por outras usinas que utilizam outras linhas de transmissão. Reportagem do jornal O GLOBO (http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/11/11/apagao-especialistas-em-energia-estranham-falta-de-backup-914698792.asp) mostra a surpresa dos especialistas com o não funcionamento dessa interligação. Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diz que uma pane tão longa deveria fazer com que as usinas térmicas entrassem em funcionamento e compensassem a falha na rede que interliga Itaipu ao Sudeste.

A pergunta que se faz é: porque não funcionou? O plano de continuidade nunca foi testado ou não foi testado em condições suficientemente realistas? Não havia um plano de continuidade específico para essa falha? Não foi realizado um BIA (Business Impact Analysis) que considerasse essa linha uma função vital de negócio (VBF) e cujo impacto do não funcionamento seria grande o suficiente para justificar sérios investimentos em continuidade? A capacidade do plano B não supre a necessidade mínima (SLA mínimo) de fornecimento? Não havia uma CFIA (Component Failure Impact Analysis) ou FTA (Fault Tree Analysis) suficientemente abrangentes? Essa linha de transmissão é um SPOF (single point of failure) para o sistema?

Todas essas perguntas seriam feitas ao se aplicar conceitos fundamentais de continuidade, capacidade, disponibilidade e níveis de serviço. Vamos dar uma luz, que tanto falta para os gestores que cuidam da geração e distribuição de energia em nosso país: vamos certificá-los em ITIL Service Manager! Ou seria Foundation?

Texto escrito por Bruno Caiado
Este e outros artigos podem ser lidos na íntegra no site: www.itilnapratica.com.br

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