Inúmeras coisas podem ir mal e matar um projeto. Prevê-las é o objetivo do gerenciamento de risco do projeto. No entanto, nem sempre conseguimos avaliar adequadamente todos os cenários que podem dificultar o andamento de um projeto.
O problema é que muitas vezes a mente das pessoas não está aberta para discutir cenários macro, e se concentram como apenas em como cada atividade pode dar errado. Isto é natural pela forma em que o levantamento de riscos é algumas vezes apresentado (levantando riscos atividade por atividade).
Na Harvard Business Review de Setembro/2007, há uma idéia interessante para mudar esta forma de pensar nos riscos. O conceito é muito simples: realizar uma reunião para discutir uma situação imaginária – porque o projeto morreu?
O processo seria mais ou menos assim:
- O gerente de projeto (ou líder da reunião) descreve o cenário a todos: o projeto morreu e todos devem imaginar porque isto aconteceu.
- Cada membro da equipe escreve, de forma individual, as causas pelas quais o projeto fracassou (colocando especialmente aquelas causas menos “populares”).
- Um a um, cada membro vai lendo suas causas, as quais são registradas em uma lista única pelo gerente de projeto.
- Esta lista é usada pelo gerente para fortalecer seu plano de projeto, especialmente no que se refere ao gerenciamento de riscos.
Uma das coisas que imaginei é: porque não discutir as causas da morte do projeto em conjunto? No entanto, depois percebi que faz sentido. Se a idéia é obter novos conceitos que não foram discutidos previamente, a imaginação de cada um deve estar livre da influência dos outros. Em uma discussão prévia, uma idéia interessante pode ser sufocada pelo grupo que a está discutindo.
Também há um conceito psicológico por trás deste método: “Uma pesquisa realizada em 1989 por Deborah J. Mitchell, da Universidade Wharton; Jay Russo, da Universidade Cornell; e Nancy Pennington, da University de Colorado, descobriu que imaginar que um evento já ocorreu aumenta em 30% as chances de identificar as razões pelas quais ocorreria.”
Este processo, o qual ainda não tive a oportunidade de testar, não substitui as outras formas de gerenciamento de risco, mas parece ser um jeito muito interessante de melhorar o plano de projeto. É um processo mais leve e descontraído, que pode levar a insights poderosos.
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