quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Prevendo a Morte do Projeto


Inúmeras coisas podem ir mal e matar um projeto.   Prevê-las é o objetivo do gerenciamento de risco do projeto.   No entanto, nem sempre conseguimos avaliar adequadamente todos os cenários que podem dificultar o andamento de um projeto.


O problema é que muitas vezes a mente das pessoas não está aberta para discutir cenários macro, e se concentram como apenas em como cada atividade pode dar errado.  Isto é natural pela forma em que o levantamento de riscos é algumas vezes apresentado (levantando riscos atividade por atividade).

Na Harvard Business Review de Setembro/2007, há uma idéia interessante para mudar esta forma de pensar nos riscos.   O conceito é muito simples:  realizar uma reunião para discutir uma situação imaginária – porque o projeto morreu?

O processo seria mais ou menos assim:

  • O gerente de projeto (ou líder da reunião) descreve o cenário a todos: o projeto morreu e todos devem imaginar porque isto aconteceu.
  • Cada membro da equipe escreve, de forma individual, as causas pelas quais o projeto fracassou (colocando especialmente aquelas causas menos “populares”).
  • Um a um, cada membro vai lendo suas causas, as quais são registradas em uma lista única pelo gerente de projeto.
  • Esta lista é usada pelo gerente para fortalecer seu plano de projeto, especialmente no que se refere ao gerenciamento de riscos.
Uma das coisas que imaginei é:  porque não discutir as causas da morte do projeto em conjunto?   No entanto, depois percebi que faz sentido.   Se a idéia é obter novos conceitos que não foram discutidos previamente, a imaginação de cada um deve estar livre da influência dos outros.   Em uma discussão prévia, uma idéia interessante pode ser sufocada pelo grupo que a está discutindo.

Também há um conceito psicológico por trás deste método:   “Uma pesquisa realizada em 1989 por Deborah J. Mitchell, da Universidade Wharton; Jay Russo, da Universidade Cornell; e Nancy Pennington, da University de Colorado, descobriu que imaginar que um evento já ocorreu aumenta em 30% as chances de identificar as razões pelas quais ocorreria.”

Este processo, o qual ainda não tive a oportunidade de testar, não substitui as outras formas de gerenciamento de risco, mas parece ser um jeito muito interessante de melhorar o plano de projeto.   É um processo mais leve e descontraído, que pode levar a insights poderosos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário