Projetos falham, e com frequência. Recentemente vi em estudo que dizia que apenas 34% dos projetos nos Estados Unidos foram considerados um sucesso (perdi a fonte, mas lembro do número). As causas para o fracasso são diversas, mas uma é frequente: o projeto não atende a uma necessidade real da empresa.
Todo projeto deve ser gerado a partir de uma necessidade organizacional real. Infelizmente nem sempre isto é feito. Idéias megalômanas, desejos excêntricos, preguiça ou incompetência na pré-avaliação de projetos, sede de poder e outras bizarrices organizacionais geram projetos sem pé nem cabeça, que nascem destinados ao fracasso.
É aí que entra o Gerente de Projeto. Qual gerente quer se envolver em projetos que darão de cara na parede? Talvez muitos… e certamente porque se sentem tímidos para criticar projetos, não querem fugir do desafio ou desejam ficar bem com o patrocinador do projeto.
No entanto, o Gerente de Projeto deve avaliar bem sua participação em projetos não alinhados com as necessidades da empresa. Projetos deste tipo podem manchar o currículo do Gerente, e deixá-lo em um beco sem saída, já que não é incomum ver projetos mantidos em estado moribundo… não morre, mas também não recebe recursos para viver bem.
Cabe ao Gerente de Projetos fazer uma pré-avaliação do projeto para orientar adequadamente a seu patrocinador, mesmo que isto signifique dizer algumas verdades que ele não quer ouvir. Esta é a sua responsabilidade perante a empresa, os stakeholders e sua própria carreira. A oportunidade deve ser real, não imaginária, e os resultados devem ser concretos, não um sonho.
O ideal é quando a empresa é bem estruturada e possui métricas adequadas e uma boa organização financeira. Nestas situações, fica mais fácil associar projetos a melhorias, e retorno a investimentos. Uma métrica fora do planejado costuma ser uma boa oportunidade para bons projetos.
Ainda assim, nem sempre o Gerente conseguirá dados concretos para justificar um projeto. Isto não quer dizer que o projeto não deva ser feito, mas gera um esforço adicional em tentar objetivar o subjetivo… ou seja, mostrar quais resultados concretos podem ser objetivos através do projeto.
Fazer a lição de casa antes de começar a queimar dinheiro beneficia a todos… mesmo que em um primeiro instante todos queiram ir na onda do sonho.
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